sexta-feira, 19 de março de 2010

A Vida que Persiste

A Vida que Persiste



Só conheço duas pessoas no Rio de Janeiro, que se lembram de detalhes de sua penultima encarnação na Terra.
Uma pessoa, sou eu, a outra, também é mulher, que não tenho autorização para citar seu nome; mas, para não pensarem que a solidão é que proporciona certas estranhezas,
a outra mulher, é casada, mãe de um filho que em breve vai se casar, dedicada à Ciencia e Religião do Egito Antigo, e tem grupo, que se renova, quando o grupo termina o que tem de aprender sobre o Tema do Grupo.
Minha encarnação anterior à esta, foi na India de duzentos e poucos Anos atrás.
Foi no Sul da India, num agrupamento familiar pobre, de artesões em cestos e teares de tecidos não-finos.
Eu, servia num templo e podia visitar minha familia e o vai-e-vem por uma estradinha de terra, ficou como marco daquela vida.
Nesta vida, a estradinha se transformou numa casa em um dos bairros mais famosos da Zona Sul do Rio de Janeiro, e, minha casa ficava a dois quarteirões da Praia.
Naquela casa, numa das salas do primeiro andar, Sala de Visitas e ao mesmo tempo Sala de Música, num piano-armário (só mais tarde, meu pai teve um piano de calda) meu pai, após o jantar, tocava seus compositores favoritos: Chopin e Liszt.
Eu, com os pés em sapatos, não mais os pés maltratados pela terra da Estradinha,
eu, com os pés apoiados sobre um tapete persa, sob um lustre de cristal com guirlanda de bronze apresentando quatro cabeças de carneiro, ao lado de uma vitrine com uma coleção de objetos de marfim, diante de belos quadros, entre eles, um quadro em pastel,
representando a cabeça da Rainha Maria Antonieta ao-natural, isto é, sem cabeleira, eu,
aprendi a apreciar os compositores romanticos, elegendo para os reconditos do meu espirito, o "Suspiro" de Franz Liszt.
Mas, o templo hindú, com as montanhas baixas atrás, com sua alta torre, projetava a sombra dolorosa sobre minha infancia, sobre a adolescencia ridicularizada pelos companheiros da época... sim, riam de mim... riam às gargalhadas: "Fé de mais, Fé de
menos"... E minha mãe, tinha vergonha de mim, perante as amigas dela...
Meus pais já estavam mortos, quando usando a herança repartida com os dois irmãos,
localizei o templo e entrei nele outra vez... no Sul agreste da India...mas, continuando uma vida que ali tinha-se partido....
No Rio de Janeiro outra vez, visito todo dia o meu templo, em sua foto no meu Blog, oro para que os deuses e meus protetores espirituais me sustentem no trabalho nada fácil
de manter a Verdade da Reencarnação à custa de sofrimento e a necessária Solidão,
porque o Templo da Solidão, onde busco a ordem do meu trabalho, não é fácil de se manter nele sem o apoio da compreensão para tal tarefa...
clarisse

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