sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Escritos do Antigo Egito - Lourdes Bacha

Ank
Embora não conste, nem nos textos completos originais nem no Livro dos Mortos as palavras de poder que acompanhavam o amuleto Ank, achei por bem incluir, pela importancia do simbolo, uma pequena análise sobre o significado, uso e forma.
Em principio, Ank, a chamada Cruz Ansata, simbolisava a vida, ou consciencia anímica, que penetrava no corpo do homem, quando do nascimento, vinda do Khut. Esta energia, que assumia as caracteristicas individuais do ser, após a morte deste, retornava ao Sol em sua forma pura. O Khut era uma das 14 almas ou atributos de Ra.
Muito se discute sobre a sua forma, alguns afirmando que representaria a sombra projetada por um homem, de braços abertos, voltado para o Leste, quando do nascer do Sol. Outros dizem que seria a sandália, feita com fibras de palmeira, um dos simbolos de Isis. Ambas as propostas, creio eu, estão corretas, pois remetem à vida, mas se questionarmos o que era "vida", para os egipcios, chegaremos à conclusão mais próxima do significado: a trave horizontal é o corpo, o "feminino", passivo, negativo, o Khut; a trave
vertical é a alma, o positivo, ativo, "masculino", o "duplo" do Homem, o Kha. Exatamente
no ponto em que se "cruzam" ou se "unem", projeta-se um circulo (tudo o que era circular, no Egito, remetia ao divino), simbolizando a eternidade do ser, a consciencia Ba.
Estariam representadas na Ansata, então, as tres condições ou atributos divinos que geravam "vida", todas oriundas do Khut. Se sobrepusermos os amuletos Tet (Isis) e o Djed (Osiris), verificaremos que Ank está associada aos dois, em sua forma.
A Cruz Ansata deveria ser confeccionada em ouro ou em qualquer material pintado de dourado.
Como amuleto, trazia vitalidade, fortalecimento energético a nivel de corpo e alma propiciando aquilo que hoje os esotéricos chamam de "expansão da aura".

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