sábado, 30 de janeiro de 2010

O Ego de presente ao amante

O Ego de presente ao amante


Clara,
em Estoril,
dedilhava seu instrumento de cordas.
Em sua mente,
via uma mulher absolutamente só,
numa estradinha deserta,
onde a poeira implicava com ela...
Ao longe,
sobre as rochas por detrás
de um Templo Hindú,
o vento forte, embaraçaria seus longos
cabelos.
Seu coração estava opresso,
e as mãos, de longos dedos,
dedilhavam abandonadas
de sua imaginação,
as notas que poderiam lhe trazer
o ultimo conforto
do amante que a abandonara.
Clara,
dera de presente a única verdade
de seu Espirito: o Ego,
de seus traumas e desiluzões.
Mas, as notas tiradas do instrumento de cordas,
não ressoavam no esquife
onde jazia o Ego,
que a Vida Desoladora
não tivera a intenção de restituir
com a Verdade do Amor
fechada numa rosa amassada
e atirada
numa estrada poeirenta
e deserta.
clarisse

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