quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Dentro do Templo


O Mestre das Bayaderas, subiu para a
Torre, para uma inspeção.
Apesar do forte calor no Sul da India, o Templo mesmo com a
pedra usada em revestimento e escadaria, estava úmido em
suas paredes.
A bayadera sentiu que o limo negro declinava seu Espirito -
seu coração batia frio, como a nuvem que cobria a Lua
Crescente.
Que importa que à volta de nós, a Vida se apresente de
uma forma se sentimos que o Amor está diferente e não
podemos curva-lo, o Amor, com nosso corpo, prende-lo, o
Amor, e só solta-lo, depois que o Amor satisfez
nosso corpo mas não nos deu a certeza de amanhã,
retornar?
A Incerteza do Amor, danifica a Vida.
O Bater dos pés da bayadera para fazer soarem os guisos
imita a dança do deus Shiva, o Nataraja Guru, e isso soa no
Universo, mas não seca os vestigios das lágrimas que
correram entre os seios suados da Devadase.
Quando vier a Lua Cheia, o Céu poderá estar mais limpo,
mas não há Paz para
a sacerdotisa que não recebeu dos deuses a certeza de que
seria amada outra
vez.

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