segunda-feira, 27 de dezembro de 2010
O Obsessor
- Eu te obsedio, porque te amo.
E "ela", carente de um amor mais sincero, perdidos vários
amores, que se perderam por entre o nevoeiro da
incompreensão, que faz parte do Destino da Vida de cada um,
ela cultivava o amor do obsessor.
Para retribuir o Obsessor, ela lhe entregava o que de pior
havia nela e o que de melhor tinha em sua alma.
Quando, por perversidade, o Obsessor, se afastava, ele
sentia, e uma instabilidade de espirito, e uma persepção
de solidão, porque o Pior também provoca Solidão, e ela
ficava impaciente, nervosa, atormentada - e o Obsessor, se
regalava com isso, pois os Sentimentos dela, era tudo o
que ele possuia e conseguira conquistar.
Também, ela era Obsessora d`ele, porque sua feminilidade
lhe fazia sentir o desarvoramento dele, quando ele sentia
que ela descobrira o modo de faze-lo sofrer.
Mesmo com o forte calor de Verão do Rio de Janeiro, "ela",
nas tardes de
abandono e solidão, ia caminhar pelo Cemitério,
usufruindo do Silencio
dos mortos, que percebiam sua angústia, que estava
disfarçada dos vivos.
Ela, a Obssedada, se suicidava várias vezes, por que se
refazia do Desespero, num certo templo do Sul da India, onde
por Sofrimento, ao menos por Sofrimento, rolava num chão de
pedra, que ninguém podia impedir, rolava num chão de pedra
com a Volúpia, ao menos a Volupia, para amenizar um pouco,
um pouco que fosse, o desespero de nada ter do melhor para
Si, mas ao menos as Perdas, por consolo onde depositar suas
lágrimas.
clarisse
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