quarta-feira, 12 de maio de 2010

Cabelo Preto, Espesso e Comprido

Cabelo Preto, Espesso e Comprido



A Baiadera do Sul da India, era morena, de pele resistente e macia, e, seu cabelo uma massa pesada de fios resistentes, que formavam uma nuvem compacta, como aquelas nuvens que
pesavam no Céu, antes da chuva despencar em Madurai.
As pontas dos fios de seu cabelo, passeavam sobre suas nádegas, firmes e macias como o corpo dos tambores que expandiam os sons de seus batuques pelas salas dos templos sagrados.
Sua cintura afinada pelo ondular dos quadrís que guardavam a magia da sensualidade, estava
pronta para o deslizar da mão do amante que a cingia como um aro de anel abençoado pelos
deuses para os quais a baiadera dançava.
De repente, a baiadera renascia em Ipanema, um bairro da cidade do Rio de Janeiro, e seus
familiares a forçavam cortar os cabelos negros, lisos, com sangue chinês.
A baiadera renascida, lutou por seu cabelo, mais fino, menos resistente, mas a única coisa que lhe restara dos templos onde os deuses corriam seus dedos por entre fios que nem os namorados davam tanto valor como os fios perfumados pelas fumaças dos defumadores
dos Altares Sagrados.
O chão quente do Tamil Nadu do Sul da India, era-lhe um pesadelo nas noites insones, onde o fragor das ondas do Atlantico da Praia de Ipanema, não conseguiam desfazer o peso da massa compacta de fios negros, que outrora ondulara para os deuses do Hinduismo.
clarisse

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